sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O professor Raimundo Jucier proferiu palestra na FAFIDAM sobre projetos ferroviários no Ceará no século XIX

O Ciclo de Conferências e Debates, organizado pelo PET de História - Programa de Educação Tutorial - teve como palestrante, esta noite - 11 de novembro, o professor Raimundo Jucier Sousa de Assis, do Curso de Geografia da FAFIDAM, com o tema Estado e Território: disputas por ferrovias no Ceará (1864-1880)‏. 

Prof. Raimundo Jucier (Foto F.A. Silva)
O professor Raimundo Jucier tomou como referência quatro projetos ferroviários ou quatro pedidos de concessões ferroviárias que foram anunciados para o Ceará entre os anos de 1864 e 1880, tentando  compreender as razões que fizeram ser propostos quatro diferentes projetos ferroviários para essa província e, de outro, entender o que levou à negação de três das quatro projeções anunciadas, sendo a implantação da estrada de ferro Fortaleza-Baturité (EFB), a partir de 1872, o único trajeto a iniciar sua materialização territorial no Ceará.

Regiões produtoras de algodão e pecuária
Os projetos analisados foram o Projeto Fortaleza-Pacatuba-Baturité-Crato (1864); Projeto Mundaú-Itapipoca-Imperatriz (1865); Projeto Aracati-Icó-Crato (1872); Projeto Acaraú-Sobral-Ipú (1872). Apenas o primeiro destes projetos foi realizado, fazendo com que o fluxo de mercadorias e capitais fossem controlados pela "classe senhorial" fortalezense, fazendo da capital da província o centro econômico do território cearense, tendo em vista que antes da construção da estrada-de-ferro haviam outros centros econômicos, como Aracati, Crato e Sobral.


Segundo o professor Jucier, o “transporte” de algodão e café exige “novos caminhos” e gera “novos discursos” dos presidentes de província, senadores, donos de terras e homens de letras. Nesse sentido, a classe senhorial de Fortaleza fez de tudo para vetar a construção de outras ferrovias no Ceará, principalmente, a que pretendia ligar Aracati-Icó-Crato, região que, de certa forma, dominou o cenário econômico da província até meados do século XIX.


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